Breve Historial
Em 23 de julho de 1905, no salão nobre da casa do Conde de Margaride, na avenida Júlio Graça, em Vila do Conde, numa sessão presidida pelo Padre João Roberto Maciel e com a participação de um avultado número de pessoas, foi fundado o Círculo Católico de Operários.
A comissão instaladora era constituída por Joaquim Luís de Sousa, então presidente da Câmara Municipal, bem como pelos históricos Dr. Alberto Pinheiro Torres e Padre José Praça, os quais entenderam dinamizar a fundação da Associação, correspondendo aos apelos da encíclica Rerum Novarum, na qual o Papa Leão XIII faz um apelo à expansão dos novos conceitos da doutrina social da Igreja.
É nesta dinâmica que também Portugal assiste ao aparecimento de dezenas de Círculos Católicos de Operários, um pouco por todo o país, dos quais apenas subsistem os do Porto (1898), Barcelos (1903) e Vila do Conde (1905).
Este último, ao longo dos anos, desenvolveu intervenções na área social, bem como atividades culturais e recreativas, como as palestras do dia de S. José, o teatro, a tuna, o orfeão e as variedades, tendo havido, para além disso, a preocupação de uma adequada adaptação à feição dos tempos, que se traduziu numa ação ininterrupta e digna dos maiores louvores, que levaria a edilidade vilacondense a atribuir a Medalha de Mérito Municipal.
Com uma tão prolongada existência, foram inúmeras as figuras que passaram pelo Círculo, mas talvez possam ser realçados alguns nomes de sócios honorários, como o bispo D. António Barroso, José Maria Pereira Sobrinho e os seus filhos José Régio e Júlio/Saúl Dias, Dr. Elias de Aguiar, Joaquim Pacheco Neves, Zeferino Moreira Brites, comendador António Fernandes da Costa, Padre Porfírio Alves e António Ferreira Vila Cova.
A partir dos anos 70 o Círculo começou a adaptar-se a uma vertente cultural com busca de nichos próprios de intervenção, organizando diversos eventos que, pouco a pouco, foram credibilizando a ação da associação e solidificando o seu espaço.
A fase mais recente do projeto cultural do CCO é uma consequência da aprovação, por parte dos sócios, de uma permuta da sua antiga sede com um empreendedor, da qual resultou a construção de novas instalações no mesmo local, dotadas de mais espaços e melhores condições, mais modernas e apropriadas ao desenvolvimento da ação do Círculo Católico de Operários.
Com a atribuição, por parte do Governo de Portugal, no ano de 2004, do estatuto de Pessoa Coletiva de Utilidade Pública, com cerca de 800 associados e de, neste mesmo ano, ter assistido à abertura da nova sede social e à consolidação de objetivos culturais e, de em 2005 ter comemorado o centenário, o CCO-Círculo Católico de Operários chega até aos dias de hoje, com espírito rejuvenescido e uma dinâmica reforçada, tornando-se num centro de artes multidisciplinares e num local apetecível para a comunidade envolvente, sobretudo a mais jovem, que procura as suas realizações e integra os vários departamentos existentes, no campo da música e canto coral, do teatro e das artes performativas.
O seu plano de atividades regular incorpora iniciativas abrangentes, mas particularmente nas áreas da música (instrumental e coral), do teatro, da dança e expressão corporal, das exposições, das sessões culturais, das homenagens a figuras de Vila do Conde e mesmo das edições (bibliográficas e discográficas)…
O CCO-Círculo Católico de Operários procura ser uma referência no campo do associativismo e da dinamização cultural em Vila do Conde.